Octubre-Diciembre 2005 25
ISSN 1317-987X
 
Buscar




Artículos
 



Parasitología
Resposta imune anti-Leishmania e mecanismos de evasão

Modulação de Células Não-Alvo

Além de evadir aos mecanismos de defesa extra e intracelulares, Leishmania é capaz de modular a ação de outras células do sistema imune que não as células-alvo da infecção.Utilizando camundongos de linhagens resistentes ou susceptíveis à infecção por Leishmania, observou-se reação inflamatória no sítio lesional com recrutamento de inúmeros tipos celulares, tais como neutrófilos, eosinófilos, macrófagos, linfócitos e mastócitos2 41 49.

Estudando o papel dos mastócitos em infecção experimental com L. (L.) major e com L. (L.) donovani, em linhagens de camundongos resistentes (C57BL/6 e CBA/T6T6) e susceptível (BALB/c) para a infecção de ambas espécies, Saha e colaboradores (2004)41 demonstraram que o recrutamento e a função de mastócitos é diferente entre as linhagens de camundongos. Observaram maior quantidade de células na linhagem resistente, independente da espécie de Leishmania infectante. Os resultados sugerem que em hospedeiros susceptíveis os mastócitos desempenham papel favorável ao estabelecimento da infecção, enquanto que em hospedeiros resistentes, a ação destas células seja anti-parasitária.

O papel dos neutrófilos, primeiras células polimorfonucleares (PMN) de defesa, é o de destruir parasitas invasores, utilizando-se de mecanismos de fagocitose - são fagócitos "profissionais" - e posterior destruição do conteúdo fagocitado através da ação de enzimas proteolíticas e de substâncias reativas do oxigênio20. Os neutrófilos têm vida curta e, após sofrerem morte por apoptose, são fagocitados por macrófagos, e novos PMN são liberados da medula óssea, mantendo células altamente funcionais sempre circulantes. Os PMN são rapidamente recrutados da circulação sangüínea para o local de inflamação via sinalização por CC-quimiocinas, como a IL-8, produzida por células epiteliais, endoteliais, queratinócitos e fibroblastos, que ativa os neutrófilos de maneira intensa20.

Na leishmaniose, estudos em modelos experimentais demonstraram que em pouco tempo após a reação inflamatória na pele dos animais inoculados com L. (L.) major, observou-se uma intensidade considerável de neutrófilos no local da lesão31 45. O recrutamento dos neutrófilos para o local inflamatório foi associado aos altos níveis de quimiocina MIP-2 e KC (homóloga de IL-8 em murinos)31. Já Laufs e colaboradores (2002)21 demonstraram que a incubação in vitro de PMN humano em presença de L. (L.) major resultou, também, em secreção elevada de IL-8. Estes dados sugerem que o recrutamento de PMN pode ser importante para o parasita durante a infecção in vivo. Van Zandbergen e colaboradores (2002)48 demonstraram que promastigotas de Leishmania são capazes de induzir e recrutar ativamente a migração de PMN humanos por meio da liberação de um fator quimiotático (LCF). LCF possui atividade no recrutamento de neutrófilos, sem agir nos leucócitos e células NK. Foi sugerido que o recrutamento inicial dos neutrófilos ocorra por meio do LCF, e que a IL-8 induzida pelo parasita funcione como uma alça de amplificação do recrutamento dos PMN para o sítio inflamatório. Além disso, demonstraram que ocorre uma diminuição nos níveis de IP-10 nos PMN incubados com promastigotas de Leishmania. IP-10 é uma quimiocina da classe CXC, produzida por PMN, com atividade de recrutar e ativar células NK e linfócitos

Th1 para o local da reação inflamatória, auxiliando, assim, no estabelecimento de uma resposta imune eficiente contra patógenos intracelulares. Ao diminuir a produção desta quimiocina, acredita-se que o parasita evite a formação de uma resposta imune eficiente, facilitando o estabelecimento da infecção.

Além de influenciar a função dos neutrófilos, o parasita pode determinar o tempo de vida destas células. Aga e cols. (2002)1 demonstraram que Leishmania é capaz de aumentar o tempo de vida dos PMN ao inibir a via da caspase-3 de ativação de apoptose. Os neutrófilos possuem elevados níveis de pro-caspase-3 que é clivada durante o processo da apoptose, formando a caspase-3. Este processo seria bloqueado pelo parasita, sendo dependente da presença de parasitas viáveis e fagocitados por PMN. Ao inibir apoptose dos neutrófilos, Leishmania seria capaz de sobreviver por mais tempo no interior de células PMN, que passariam a ter um tempo de vida de 2-3 dias. Apesar de permanecer mais tempo vivo, o que poderia favorecer a infecção por Leishmania, o neutrófilo não é a célula-alvo do parasita. Com isso, a apoptose ocorreria após os 2-3 dias, e o parasita, que é incapaz de se multiplicar nestas células, deveria parasitar os macrófagos. Então, especula-se que a importância em manter os neutrófilos parasitados mais tempo vivos, seria por que estas células emitiriam sinais quimiotáticos - MIP-1α e MIP-1β- que atrairiam os monócitos/macrófagos20. Ao recrutar os macrófagos, estes reconheceriam os PMN infectados em apoptose e iniciariam o processo de fagocitose destas células, por meio do reconhecimento de moléculas sinalizadoras do processo apoptótico, como as fosfatidil-serinas na membrana do neutrófilo. Ao fagocitar corpos apoptóticos, os macrófagos têm suas funções microbicidas silenciadas11 27 44, representando uma importante via de evasão da resposta imune e conseqüente estabelecimento da infecção por Leishmania25.

Outras células apresentadoras de antígenos, merecem destaque são as Células Dendríticas (DC) - células de Langerhans. Ao contrário do que se observa com os macrófagos, as DC são as células mais relevantes na apresentação de antígenos nas respostas primárias. Durante a infecção por Leishmania, as células dendríticas da epiderme ou de Langerhans, foram encontradas infectadas com formas amastigotas. Ainda, estas células quando infectadas são ativadas, e passam a ter a expressão aumentada de MHC I e II e cofatores, porém com diminuição de expressão de E-caderina - molécula de superfície relacionada com a ligação das células de Langerhans aos queratinócitos da epiderme. Esses eventos de desregulação permitem que as células parasitadas não fiquem aderidas ao tecido epidérmico e migrem para os linfonodos regionais, a fim de realizar a apresentação dos antígenos de Leishmania às células efetoras do sistema imune. Ainda, existe diferença entre macrófagos, que são as células-alvo da infecção por Leishmania e as células dendríticas. Enquanto que os macrófagos têm a produção de citocina IL-12 diminuída quando infectados, as células dendríticas mantêm os níveis de produção normais. Isso indica que as células dendríticas são importantes na determinação do padrão de resposta Th1 anti-Leishmania durante a infecção.



Continua: Conclusão

Introducción
O parasito
Evasão da resposta imune extracelular
Evasão da resposta imune intracelular
Modulação de Células Não-Alvo
Conclusão
Referencias

NOTA: Toda la información que se brinda en este artículo es de carácter investigativo y con fines académicos y de actualización para estudiantes y profesionales de la salud. En ningún caso es de carácter general ni sustituye el asesoramiento de un médico. Ante cualquier duda que pueda tener sobre su estado de salud, consulte con su médico o especialista.





Instituto de Medicina Tropical - Facultad de Medicina - Universidad Central de Venezuela.
Elaborado por el Centro de Análisis de Imágenes Biomédicas Computarizadas CAIBCO,
caibco@ucv.ve
Este portal ha sido desarrollado gracias al apoyo del Fonacit